Aprendemos com tristeza que um barco embarcado da Líbia transportando 127 migrantes, principalmente da África Subsaariana, afundou no Mediterrâneo Central, causando a perda de vidas de 43 migrantes, enquanto 84 migrantes foram resgatados.

Esta tragédia no Mediterrâneo não é a primeira do seu género, nem será a última. A Turquia lamenta tais infelizes acontecimentos e a perda de vidas nas rotas migratórias. Só este ano, 866 migrantes perderam as suas vidas no Mediterrâneo até à data. Resgatar vidas no mar é uma obrigação moral, bem como uma obrigação legal de todos os Estados.

Contudo, a falta de coordenação das responsabilidades de busca e salvamento no mar dentro da UE e os esforços para transferir as responsabilidades internacionais para os países de trânsito, representam uma ameaça ao direito à vida dos migrantes.

Nem a Turquia nem a Líbia são a fonte de migração irregular. As causas profundas dos movimentos migratórios mistos são a persistência de instabilidades, conflitos e pobreza na África Subsaariana, Afeganistão e Síria. Não é possível encontrar uma solução para este problema ou prevenir a migração sem eliminar as suas causas de fundo. Esforços em sentido contrário, apenas irão aumentar o sofrimento e a perda de vidas de migrantes e requerentes de asilo, no mar.

Nesta ocasião, convidamos mais uma vez a comunidade internacional a encontrar soluções para as causas de fundo dos movimentos migratórios mistos na nossa região e a partilhar as responsabilidades e os encargos de forma justa.